O blog Na Xinxa! publica do viomundo, do Luiz Carlos Azenha, indignada manifestação do Sen. Roberto Requião (PMDB/PR), contra o leilão do campo do pré-sal de Libra.
“O que
está acontecendo no Brasil? O Governo quer leiloar o campo petrolífero de
Libra, que pode ter 15 bilhões de barris de petróleo, e não tem justificativa
nenhuma para isso”, afirmou o senador Roberto Requião (PMDB/PR). “Estão
entregando o petróleo brasileiro, mesmo depois do escândalo da espionagem da
Petrobrás, do Ministério dos Transportes e até do telefone particular da
presidente Dilma (Rousseff)”, completou.
Para Requião, o leilão do Campo de Libra, marcado para o próximo
dia 21, “é um crime contra o Brasil. Um absurdo”. Ele comunicou que, junto com
os senadores Pedro Simon (PMDB/RS) e Randolfe Rodrigues (Psol/AP), há mais de
um mês entrou com um projeto de decreto legislativo para anular a licitação. No
entanto, o projeto não tramitou no Senado.
“Se negaram a debater a questão. Sonegaram do Congresso o
contraditório. Não é um parlamento mais. É um grande espaço de silêncio em
troca de emendas e de favores. Eu estou profundamente indignado com isso tudo”,
criticou. O senador ainda cita outro fato grave: o uso do Exército para fazer a
segurança do local leilão.
“Isto está causando a indignação dos movimentos populares, dos
setores mais esclarecidos do país. Mas a imprensa toda está a favor do
entreguismo. Porque na verdade, hoje, PSDB e PSB estão todos nesta visão
entreguista. Eles querem só derrubar o PT para fazer o mesmo, mas sem os programas
sociais”, afirmou.
“Eu pergunto a você, que como eu votou e lutou pela Dilma: era
isso que a gente esperava? E eu pergunto ao PT: foi isso que nós propusemos na
campanha? E eu pergunto ao PMDB: foi por isso que nós apoiamos a presidente
Dilma? Não. Não foi”.
Reservas – O Campo
de Libra está localizado na camada de pré-sal na Bacia de Santos, em São Paulo,
e deve produzir pelo menos um milhão de barris por dia, o equivalente à metade
do que o país extrai atualmente. No projeto, espera-se instalar de 12 a 18
plataformas de grande porte.
Tratar-se de um campo já perfurado e testado. A Petrobras pagou à
União pelo Campo. Pela cessão, deveria extrair 5 bilhões de barris, mas, depois
das perfurações, encontrou reservas equivalentes a 24 bilhões de barris. Pela
lei, a União deveria negociar um contrato de partilha com a empresa pelos 19
bilhões excedentes, mas, em vez disso, resolveu leiloar o campo.
Continua
forte a greve dos petroleiros iniciada quinta-feira, 17, em todo o Sistema
Petrobrás. Apesar das ações antissindicais da empresa, que insiste em
desrespeitar o direito de greve, ingressando com interditos proibitórios e
mantendo trabalhadores em cárcere privado nas unidades, os petroleiros estão
resistindo e seguem parados por tempo indeterminado.
Segundo informações dos sindicatos da FUP, a adesão dos
petroleiros é de 90% a 100% nas unidades operacionais, com forte participação
dos trabalhadores terceirizados e também do administrativo.
A operação está sendo mantida na maioria das regiões do país por
equipes de contingência da Petrobrás, formadas por gerentes, supervisores e
outros profissionais sem experiência nas tarefas de rotina das refinarias,
plataformas e terminais, o que coloca em risco a segurança das equipes e das
próprias unidades. Na Bacia de Campos, já foram registrados vazamentos nas
plataformas PCE-1 e P-15.
Os
trabalhadores do Sistema Petrobrás exigem a suspensão imediata do leilão do
campo de Libra, marcado para o próximo dia 21, e por avanços na campanha
reivindicatória. A categoria também exige a retirada de tramitação do Projeto
de Lei 4330, que escancara a terceirização para as atividades-fim, acaba com a
responsabilidade solidária das empresas contratantes e piora consideravelmente
as condições de trabalho, atacando direitos históricos da classe trabalhadora.
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