sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Paz ou submissão?


Postado, originalmente, no Camalaú Notícias, texto de Ezequiel Sóstenes:
Durante a minha adolescência quando estudava alguns conteúdos referentes à Geopolítica, encontrava algumas contradições na afirmativa: devemos lutar pela Paz! Não conseguia entender como em um mesmo espaço geográfico poderia coexistir a paz e a luta.
Tentei entender durante muito tempo, os modelos de governos adjetivados de “pacificadores”, que geralmente eram vendidos por meios midiáticos e da história em favor de uma minoria opressora, ainda, perceber a essência das intenções daqueles tidos como causadores da desordem social, onde por meio de suas reinvindicações e lutas constantes almejavam chamar atenção para algo.
As fogueiras, a exploração do trabalho, a escravidão, o coronelismo, etc;  tentaram aprisionar os homens e mulheres dentro de si mesmos, castrando o seu poder de organização coletiva e de luta eficiente, eficaz e efetiva contra as injustiças que amplificam cada vez mais os diversos tipos de desigualdades existentes.
A tão temida força bélica foi e é um dos principais instrumentos utilizados na “pacificação” dos povos, muitos foram “catequizados” através do escambo da salvação pelo da dominação, a educação opressora “educou” no intuito de produzir alunos comportados e passivos e as escolas se transformaram em aparelhos de dominação ideológica dos governos, reproduzindo as ideias e intenções de seus governantes. A verdade é que durante este processo não houve paz, não houve salvação e nem mesmo educação.
Segundo Steve Biko, a arma mais poderosa do opressor é a mente do oprimido, foram-se as correntes, os calabouços, as fogueiras, as senzalas, os chicotes, etc; e mesmo assim, continuamos aprisionados a nossa significativa descrença de que sozinhos não podemos fazer a diferença. Neste estado de conformismo, culpamos sempre os outros pelos problemas que são de todos e naturalizamos os mesmos, denunciando assim, a nossa incapacidade de lutar.
Hoje, acredito e aprendi com Paulo Freire, que devemos agir por meio de uma educação libertadora, onde aqueles que problematizam e questionam as ideias e os fatos tidos como “naturais”, consequentemente não sejam taxados de baderneiros e acusados de promover a desordem.  Pois pelo fato de não se deixarem ser transformados em um objeto passivo diante de um sistema maior imponente, demostra que os mesmos não são impotentes e que certamente podem ser intitulados de “Educadores”.
Creio que foi para a liberdade que Cristo nos libertou e agora entendo a afirmação figurativa do meu professor de natação ao dizer que em águas calmas é mais fácil de nos afogarmos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não serão publicados comentários com palavrões ou quaisquer atitudes semelhantes.