terça-feira, 24 de maio de 2016

O Grampo de Jucá e Machado, o batom na cueca do golpe, e a abordagem da grande imprensa

Por João Aurélio

A Globo riu e rir da inteligência da sua audiência na cobertura do grampo da conversa de Sérgio Machado com Romero Jucá.

A abordagem dos repórteres sobre a conversa de Jucá induz o telespectador à conclusão de que ele apenas pedindo demissão do cargo de Ministro do Planejamento, resolve todo embrolho. Não trata do mais grave: Jucá, grampeado, disse que esteve com ministros do STF, e pelo teor da fala, dá a entender que houve um complô para tirar a presidenta da República, para que não houvesse custos para demais pessoas, inclusive o próprio Jucá, Machado e demais citados na Operação Lava Jato.

Ora, isso é grave, é gravíssimo!

A conversa de Romero Jucá com Sérgio Machado, coloca em total suspeição o STF, pois Jucá disse literalmente que falou com "alguns ministros" do STF sobre “essa porra”, assim referindo-se à Operação Lava Jato. Os ministros, segundo Jucá, refletiram que se a presidenta não saísse tudo isto ia continuar.  

Depois disso, qual a garantia que qualquer um tem que algum ministro do STF irá fazer qualquer julgamento com independência? Nenhuma! O conteúdo coloca sob suspeição todo STF, até porque Jucá não cita nomes, apenas diz “alguns ministros”. Quais?

Mas, o telespectador não irá ter esta leitura nos telejornais da Globo e demais emissoras. A leitura que é dada ao público é de uma crise no governo do Michel e que se Jucá se desligar do governo, para ser investigado.

Você vai observar isto em todos telejornais da Globo, principalmente o JN. Foi o que eu observei hoje cedo no Bom Dia Brasil. Em nenhum momento se aduz à trama sórdida com o objetivo do golpe contra a democracia, contra a soberania popular. Foi o batom na cueca do golpe. Mas, sem nenhuma menção jornalística ao fato. 

Assim, a Globo caçoa da capacidade de raciocínio do brasileiro e coloca em prática uma das máximas, se não a maior máxima do seu jornalismo, assim como determinou Roberto Marinho, de acordo com citação do jornalista Paulo Henrique Amorim no seu livro “O Quarto Poder”: “A Globo é o que é, mais pelo que não deu, do que pelo que deu”.

Está tudo às claras para ser visto. Como disse, é o batom na cueca do  golpe. Só não vê quem não quer.

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