sábado, 8 de abril de 2017

A privatização ou não da Cagepa a AMCAP e o consumidor final: você!

Aqui no Rio de Janeiro, o governo Temer/PSDB colocou como contrapartida à "ajuda" do governo federal ao Estado do Rio de Janeiro, a "obrigação" do Estado vender a Cedae, (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Estado do Rio de Janeiro). Temer também está a "querer convencer" Ricardo Coutinho, Governador da Paraíba, a fazer o mesmo com a Cagepa, companhia similar a Cedae. Daí, a diferença de atitude de ambos. Ricardo se recusa a vender. A seu favor, argumenta que a empresa é superavitária, isto é, dá lucro. 20 milhões de lucro, segundo Ricardo. O governador do Rio, Pezão, aceitou, apesar também, da Cedae ser superavitária. Também, há a diferença de um Rio de Janeiro, que segundo especialistas, teve sua economia quebrada, sucateada pela operação Lava Jato, e está de pires na mão a mercê da sanha privatista de Temer e dos que comandam o governo, o PSDB, veterano em assuntos de privatização. A Paraíba não é rica, mas não está de pires na mão, além, é claro, de Ricardo não ser partidário de privatizar bens públicos, Esse debate sobre se privatiza ou não a Cagepa, devia ter a participação dos municípios, além dos maiores interessados, mesmo que não tenham consciência disto, os cidadãos, pois, tem tudo a ver com todos. Nestes assuntos, costuma-se pesar muito a barganha política. Mas, para barganhar é necessário saber o peso do que está em jogo. Os prefeitos sabem? A população sabe? 

Nesse debate, ou melhor, na falta desse debate, se se privatiza ou não a Cagepa, não é só uma empresa pública que está em discussão, é uma forma de como se vê a administração e a participação do povo nela. Na região do Cariri, o que será que pensam os prefeitos nos municípios filiados da Amcap (Associação dos Municípios do Cariri Paraibano), por exemplo? Ou será que eles não têm opinião formada sobre o assunto? Qual a diferença que vai fazer entre privatizar a Cagepa ou não privatizá-la, quando houver uma demanda da população de cada município, à empresa? Qual a diferença entre cobrar a solução de uma demanda a diretor local nomeado pelo governador, a cobrar de um empresário dono da empresa, ou de um diretor local funcionário dele? E qual o poder de cobrança, de intervenção de um prefeito, como responsável pelo município, nisso tudo? Essas são algumas perguntas que envolvem situações bem práticas, que ocorrem e certamente, continuarão a ocorrer, no dia-a-dia, com a privatização ou não da Cagepa. Há, ainda, a questão dos funcionários. É comum, quando se vende uma empresa pública, haver demissões. O dono quer cortar gastos, quer obter mais lucros. É natural. Hoje, a responsabilidade gerencial no que se relaciona com a Cagepa, é do Governo do Estado. Privatizada, normalmente, haverá condições impostas a quem compra, é verdade. Mas, na prática, o lobby do comprador sempre tem conseguido se impor a essas condições. Exemplos não faltam. Apesar de toda cantilena de promessas feitas na época, depois de todos esses anos pós privatização das telefônicas, o Brasil ainda paga uma das mais caras tarifas do mundo. A Amcap, como Associação dos Municípios do Cariri Paraibano, devia abrir uma discussão sobre isso. Assim também, sobre muitas outras demandas importantes relacionadas a seus respectivos municípios afiliados. Essa história, de certeza não vai acabar tão cedo. Os dois grupos que irão disputar o governo têm opiniões bem diferenciadas sobre o assunto. Pena que esse tipo de assunto não costuma estar na pauta de voto do eleitor, o que é muito mal, pois a conta d'água vai continuar chegando todo mês, e é bom pensar se é melhor cobrar necessárias melhorias no serviço ao Governador do Estado, eleito por você, eleitor, ou a um empresário interessado em lucrar. Na verdade, a resposta não parece difícil de responder...

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