quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Lula perdoa Ciro não

No ato final da caravana de Lula por Minas Gerais, ele disse que está propenso a perdoar os golpistas que tiraram Dilma do poder, pondo fim a este período de democracia eleitoral que o país vivia. Este fato repercutiu entre apoiantes do ex-presidente, ressentidos com o golpe.
Com este sinal antecipado, Lula quer medir até onde a massa que lhe segue, incluídos políticos, intelectuais e artistas, estão dispostos a aceitar Renan Calheiros e companhia. Lula, um gênio político que preza o pragmatismo, (por sinal, mais que a ética), quer estudar a reação da massa de apoiantes para ver até onde pode chegar. Eventuais apoios de golpistas que mexam e façam sangrar as sensíveis feridas do golpe, poderão ficar na poeira da estrada.
Enquanto isto, Ciro Gomes é taxativo neste ponto: não quer apoio da cúpula golpista do PMDB de Temer, Renan, Padilha, Moreira Franco, Jucá, etc. Estes, inclusive, citados pelo pré-candidato do PDT. Só aceita apoio do PMDB mais afinado com o senador Requião.
Como vai soar estas diferentes atitudes aos olhos do eleitorado? Não digo só no eleitorado de esquerda, mas no eleitorado como um todo, pois estas posturas tão distintas destes pré-candidatos do vão progressista, irão também influir nos votos dos demais candidatos.
Ciro pode abocanhar votos da direita moralista anti-corrupção. Aquela fração do eleitorado de direita que não é essencialmente neoliberal politicamente nem fascista no convívio político e está desencantada com os resultados do golpe. A ficha limpa do pré-candidato vai falar forte por si, além do fato de não ser nenhum aventureiro sem experiência, a exemplo de Bolsonaro, que em 26 anos de mandato não foi nem candidato a cargo executivo.
A conferir as reações do fiel eleitorado lulopetista. Lula certamente vai conseguir angariar a grande maioria de seus eleitores. Mas vai enfrentar a ojeriza da fração eleitoral justamente ressentida com o golpe, aquela do "já que você não tem vergonha, eu tenho por nós dois".

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