quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Bolsonaro no JN

No início Bonner interpelou Bolsonaro sobre os filhos que estão todos na vida pública. Disse que o candidato se vendia como novo, sem sê-lo, pois tem 28 anos de mandato. Bolsonaro disse não ter filhos na Lava Jato e que o povo do Rio de Janeiro e São Paulo assim o desejou elegê-los.
Os entrevistadores o questionaram sobre seu super-ministro Paulo Guedes. O que não foi dito nem pelos entrevistadores nem por Bolsonaro é que Paulo Guedes não é só economista, é também banqueiro. O Brasil tem mais da metade do orçamento comprometido com juros da dívida aos bancos. Portanto, Paulo Guedes, banqueiro, como Ministro da Fazenda, não vai administrar o "peito da vaca" pra os bancos em vez do povo? Elementar...!
Hoje em dia, os bancos, compram tudo no Brasil. Portanto não é atoa que Paulo Guedes fala tanto em privatizar tudo, também. A saúde, inclusive. Caberia perguntar a ele, como o cidadão que não tem plano de saúde, e isto é a grande maioria do povo brasileiro, e se não tem dinheiro, vai pagar uma cirurgia de 10 mil reais, hoje paga pelo SUS. Colocar um revolver na cintura não vai resolver este problema...
Quando questionado sobre as declarações do seu vice, General Mourão, Bonner não deixou claro, mas fez Bolsonaro entender se a democracia não correria risco num governo dele. Lembrou da ditadura de 64, fato creditado pela imensa maioria dos historiadores sérios, nas palavras de Bonner. Bolsonaro fez como em outras vezes, pisou o calo da Globo lembrando o editorial de apoio da Globo ao golpe de 64. Citou, decorado parte daquilo que Roberto Marinho escreveu. Bonner ficou possesso. Entendi na frase de Bonner: "candidato, o senhor vai citar isto, novamente?", como ameaça velada.
Bolsonaro será um desastre se Presidente da República. Tudo que ele defende não é novo e é desastroso onde foi executado - arrocho, perda de direitos, diminuição do estado pra os que precisam do estado, etc - mas Bolsonaro tratou a Globo como a esquerda nunca teve coragem. Nem Lula, nem a Dilma. Tentaram contemporizar, colocar panos mornos, e recebem a rebordosa por conta disto, também. O Bolsonaro vai pra cima, sem rodeios, sem meias palavras. Ele não é um bom candidato pra o povo mas presta um grande serviço no que se trata disto.
O povo precisa saber que quando assiste a Globo, está sendo adestrado a ser contra si próprio sem percebê-lo. Portanto a atitude de Bolsonaro é bem-vinda.
A única questão que une Globo e Bolsonaro e que não é deixado claro pra o eleitor é onde eles se abraçam: com Paulo Guedes. Por isto, PG não foi destratado por Bonner.
O JN que paga os salários de Bonner e Renata e entrevista Bolsonaro, cobra o mais caro minuto do telejornalismo do país. Os bancos financiam o JN. Veja que no intervalo do jornal, sempre tem uma publicidade de algum banco. Neste ponto, o JN e Bolsonaro se encontram, sem brigas, sem desentendimento.
E o povo, que todas as noites assiste o JN, é adestrado enquanto ouve a voz aveludada do Bonner e olha àquela cara de bom moço.
Apesar de todo atrito, é certo que se Alckmin não for para o segundo turno, e parece que não vai, a Globo vai ser obrigada a agasalhar a candidatura de Bolsonaro, para não ver o PT, provável adversário, ganhar a eleição.
É tudo uma questão de onde você está. O JN sempre vai estar do lado de quem lhe dá lucro. E num segundo turno, parece ser Paulo Guedes através de Bolsonaro.

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